Cine Ópera

O Cine Ópera foi inaugurado em julho de 1941, com “All This And Heaven Too” (Tudo Isso e o Céu também) (1940) de Anatole Litvak, e durante quase 30 anos, seria a sala mais movimentada da cidade, pois mesmo não tendo sido projetada como cine-teatro, ali aconteceram concertos, recitais (como o do tenor italiano Beniamino Gigli) e eventos como o I Festival do Cinema de Curitiba, em 1957, quando Ney Braga era prefeito. Sediou também 3 das 6 edições do "Tribunascope de Ouro", organizadas por Júlio Neto, João Feder e Henrique Lemanski, da "Tribuna do Paraná".
Construído o edifício, o professor David Carneiro arrendou o cinema, cujo luxo e conforto vinha rivalizar com o Cine-Theatro Avenida (inaugurado 12 anos antes, por Feres Mehry) a um jovem de Ponta Grossa, Leôncio Aranoski, que desejava entrar no mercado cinematográfico curitibano. A inexperiência de Leôncio Aranoski o fez, entretanto, fracassar como exibidor, e, acumulando dívidas, o Cine Ópera acabou sendo assumido pelo professor David Carneiro, que, mais tarde, entregaria a sua administração ao jovem Ismail Macedo. Anos depois, se afastaria da empresa - transformada em Orcopa, com outros sócios, e que em julho de 1965, seria vendida - já então como circuito de exibição ao comerciante Jorge Miguel Azuz, também de Ponta Grossa, que, em poucos meses, o passaria para o grupo Verde Martinez. O grupo Zonari (Vitória Cinematográfica) foi o último proprietário do cinema, antes de seu fechamento.
O Edifício Eloísa foi o primeiro edifício de Curitiba a ter um duplex, que o professor David Carneiro reservou para sua residência. Ali morou entre 1943/ 1949, quando construiu sua casa, anexa ao Museu, na Rua Brigadeiro Franco. Durante muitos anos, somente familiares, ou pessoas muito amigas, ocuparam os amplos, luxuosos e confortáveis apartamentos do edifício Eloísa, que só a partir dos anos 50 passaram a ter utilização comercial.
Na década de 70, oprimido por dívidas e compromissos advindos de um empreendimento empresarial malsucedido de seu filho, David Júnior, o professor Carneiro vendeu o edifício ao comerciante libanês Husseiam Hamdar que o negociaria, de uma forma muito lucrativa, com o grupo Mesbla, para ali ser instalada uma grande loja de departamentos.
O Cine Ópera foi fechado em 9 de janeiro de 1979, com a reprise de "Dio, come ti amo!".