Disciplina - Cinema

Filmes & Educação

23/07/2007

Projeto Ciclo de Cinema fala sobre Nicholas Ray


Projeto Ciclo de Cinema fala sobre Nicholas Ray
O professor Jul Leardini coordena a palestra “O Cinema de Nicholas Ray” que acontece amanhã (24 de julho), às 19h30, na Livrarias Curitiba Megastore do Shopping Estação. A entrada é franca. Durante o bate-papo, Leardini vai falar sobre o cineasta americano Nicholas Ray (1911-1979) que dirigiu vários clássicos de Hollywood como Juventude Transviada (1955) e Jornada Tétrica (1958).
Na conversa, Leardini vai explicar que o primeiro trabalho de Ray acontece em 1948 e o transforma rapidamente num diretor com particularidades fortes. Em seus enredos retrata um mundo de heróis frágeis, palpáveis e que tentam sobreviver num planeta indecifrável. Neste cenário, a onipresente violência física e mental convive com as possibilidades de uma paixão arrebatadora e irrestrita.

Trajetória
Seus primeiros filmes freqüentemente focalizavam tipos marginalizados como heróis. Em seu primeiro longa-metragem como diretor, o lírico Amarga Esperança, de 1948, Farley Granger fazia o papel de um assaltante de bancos indeciso em sua fuga com a namorada. Em No Silêncio da Noite, de 1950, Humphrey Bogart era um roteirista autodestrutivo acusado de assassinato. Em Cinza que Queimam, de 1951, Robert Ryan era um policial amargo e Johnny Guitar, de 1954, trazia Joan Crawford como uma conivente dona de sallon.
Em Cinzas que Queimam, a estrutura básica de Juventude Transviada estava montada: um policial (Robert Ryan), nitidamente afetado pelo desencanto e pelo ambiente em que vive, passa a agredir violentamente os criminosos que persegue. Depois do enésimo caso de violência acima do aceitável, ele é conduzido a uma investigação no campo onde encontrará uma mulher cega (Ida Lupino) por quem se apaixonará, mesmo que isso implique reconsiderar sua relação com a violência e seu poder autodestrutivo.
O talento e a fluência de Nicholas Ray para filmar essas cenas extremas, tanto os arroubos de violência quanto os delicados momentos da paixão nascente, não fascinou de primeira a crítica norte-americana, mas encantou os então jovens críticos da revista Cahiers du Cinema, que tratam de classificá-lo como o mais importante cineasta do pós-guerra.
Em Juventude Transviada, Ray encontrou um ator perfeito para designar todos os estados de espírito com os quais mais gostava de trabalhar. James Dean é ao mesmo tempo um rosto criança abandonado pela vida e, inversamente, a possibilidade de uma explosão de violência quando menos se espera.
Seus últimos filmes foram duas superproduções rodadas na Espanha, dos quais ele não teve total controle direto na direção, devido às imposições do produtor Samuel Bronston.
Abandonando a direção e Hollywood, Ray dedicou-se ao ensino universitário lecionando Cinema e Direção até meados dos anos 70, quando descobriu que tinha câncer. Wim Wenders, que o admirava, o colocou em seu filme O Amigo Americano, de 1977, como ator e co-dirigiu com ele o documentário Lightning Over Water, editado em 1980 e que reflete os últimos momentos de Nicholas Ray e sua luta contra o câncer, que finalmente o sucumbiu.
Fonte:
 

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