Disciplina - Cinema

Filmes & Educação

03/08/2007

Waltel Branco fala sobre música no cinema – na Cinevídeo

CONTRAMÃO apresenta WALTEL BRANCO FALA SOBRE MÚSICA NO CINEMA
 
* Músico paranaense fala de sua experiência no cinema e da parceria com Henry Mancini
* Projeção do curta "Descobrindo Waltel", de Alessandro Gamo Bate-papo com Waltel Branco sobre música no cinema
* Local: Espaço Cinevideo da Video 1, RUA PADRE ANCHIETA, 458. Curitiba/PR
* Fone/e-mail: (41) 3223-4343
* Data/Horário: 04/08/07, sábado, 19h
* Programação do Contramão: Tom Lisboa
* Entrada Franca
FAVOR CONFIRMAR PRESENÇA através do email tomlisboa@terra.com.br 

Sobre Waltel Branco:
Um músico extraordinário (por Luís Nassif)
Waltel Branco é o derradeiro integrante de uma seleção brasileira de maestros, contratados da Rede Globo, que tinha em Radamés Gnatalli o Pelé. Quando se decidir a divulgar Waltel, é possível que se descubra um dos mais célebres músicos anônimos do país.
Waltel nasceu em Paranaguá em 22 de novembro de 1929. Seu primeiro professor foi o pai Ismael Helmuth Scholtz Branco, saxofonista e clarinetista. Quando o conheci, me passou a nítida impressão de ser mulato. Na foto do livro (A Desconstrução da Música na Cultura Paranaense de Manoel de Souza Neto), parece mulato. Mas é neto de alemães legítimos.
Uma gravação com o acordeonista italiano Cláudio Todisco, nos estúdios da Odeon, permitiu-lhe conhecer o maestro Radamés Gnatalli. Não levou muito tempo para ser convocado para tocar com o mestre. Depois, passou a ter aulas de regência com dois outros maestros históricos, Alceu Bocchino e Mário Tavares. Conseguiu ser o maestro que ensaiou a orquestra nos concertos de Stranvinsky no Rio de Janeiro.
Aos 20 anos, rumou para Illinois, EUA, atrás de aulas com o guitarrista Sal Salvador, que tocava com Nat King Cole. Dava aulas de violão clássico para sustentar o aprendizado de jazz.
Chegou a tocar em um trio com Nat King Cole, além de ter produzido o disco de seu irmão Fred Cole e, mais tarde, o de Natalie Cole, filha de Nat.
Depois, participou de um trio com o baterista Chico Hamilton. Nesse período, conheceu Peggy Lee, cantora que se casou com o maestro Quincy Jones. Waltel se casou com a irmã de Peggy, Lede Saint-Clair Branco, tornando-se, por força do casamento, co-cunhado de Quincy Jones. Com ele tocou muito jazz e música clássica e conheceu o maestro Henry Mancini.
Na época, Mancini promovera uma revolução nos direitos autorais. Até então, os direitos eram todos dos estúdios. Quando sobreveio a crise dos estúdios, aceitou fazer trilhas sonoras para a nova produção, com a condição de ser o titular dos direitos. Estourou na primeira trilha, para o seriado de TV "Peter Gunn". Ao lado de outros pioneiros, como o argentino Lallo Schiffrin, montou um escritório para atender à nova demanda. Assim que ouviu nosso Waltel tocar, contratou-o. E foi nessa condição que Waltel tornou-se o arranjador de uma das mais famosas trilhas sonoras da história do cinema, do filme "A Pantera Cor de Rosa".
De volta ao Rio, Waltel pegou o início da bossa nova. Fez todos os arranjos do "Chega de Saudades", de João Gilberto, seguindo o método peculiar do violonista. João Gilberto o chamava, mostrava a harmonia que desenvolvera ao violão, e Waltel a seguia para o arranjo, como se cada instrumento seguisse uma corda. Depois gravou dois discos solos, "Guitarra em Chamas 1 e 2", tendo como acompanhador o violão de Baden Powell.
Em 1963, nos EUA, conheceu o jornalista Roberto Marinho, que o convidou a ser crítico musical do jornal "O Globo". Quando foi constituída a TV Globo, Waltel foi contratado, indo compor um time de primeiríssima, com Radamés, Guerra Peixe e Guio de Moraes. Compôs e dirigiu as trilhas sonoras, entre outras, de "O Bem Amado", "Roque Santeiro" e "Morte e Vida Severina".
Tempos depois, o chileno Zamacois, que ele conhecera em seus tempos no seminário de Curitiba, convidou-o a ir para a Espanha. Lá, estudou mais harmonia e técnicas de violão, venceu o concurso da Rádio Difusora Francesa e, como prêmio, ganhou uma bolsa para estudar com Andrés Segóvia, o maior violonista clássico do século. Fã de Segóvia, que tocava desde criança, Waltel se lembrava de peças das quais o próprio mestre se esquecera. Em vez de aulas, passou a tocar junto com Segovia.
Tempos atrás, seu amigo Fidel Castro ficou chateado com o "Buena Vista Social Club" de Win Winders, por suas distorções musicais, e incumbiu o maestro Leo Brower (adido cultural da diplomacia cubana e o compositor para violão clássico mais prestigiado da atualidade) de providenciar uma nova versão, mais autêntica. Quem Brower convoca para a empreitada? Entre outros, Waltel Branco. 

Sobre o curta "Descobrindo Waltel", de Alessandro Gamo:
Depoimentos de Ed Motta, Hermínio Bello de Carvalho, Roberto Menescal, Sérgio Cabral, Sérgio Ricardo e Waltel Branco. Documentário mostra a incrível e desconhecida trajetória do maestro Waltel Branco. 

Sobre o Contramão:
O Contramão foi criado a partir do Curso de Cultura Cinematográfica com o propósito de exibir na íntegra, para os alunos e para a comunidade, alguns filmes citados em sala de aula.
Em cada sessão, o que se procura é destacar filmes menos convencionais e que estejam inseridos na contramão do massificado cinema industrial.
Fonte: Tom Lisboa
http://www.sinTOMnizado.com.br/contramao
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