Disciplina - Cinema

Filmes & Educação

29/04/2013

Mostra primeiro de maio na Cinemateca

Em 1886 milhares de trabalhadores reivindicavam nas ruas de Chicago Estados Unidos jornada de trabalho de 8 horas. A jornada de trabalho então variava de 12 a 16 horas diárias.

 

Na luta morreram muitos trabalhadores e em 1889 a Segunda Internacional Socialista reunida em Paris decidiu estabelecer um dia de luta anual pela jornada de 8 horas e decidiu-se por primeiro de maio em homenagem a luta dos trabalhadores de Chicago que se deu no inicio de maio de 1886. A data então se transformou num dia de luta dos trabalhadores mundo afora por melhores salários e melhores condições de trabalho.

 

A Cinemateca de Curitiba realizará de 01 a 07 de maio de 2013 uma mostra de filmes brasileiros premiados no Brasil e no exterior, que tratam diretamente da luta dos trabalhadores brasileiros como é o caso de ELES NAO USAM BLACK TIE, de Leon Hirszman, sobre os conflitos, contradições e anseios da classe trabalhadora no final dos anos 70, ABC BRASIL, de Sergio Péo, José Carlos Asbeg e Luiz Arnaldo Campos, GREVE! de João Batista de Andrade e GREVE DE MARÇO, de Renato Tapajós,documentários sobre as greves de 1979 que muito contribuíram com a redemocratização do país ou filmes que tangenciam com o tema, como é o caso do clássico SÃO PAULO SA, de Luiz Sergio Person, cujo tema é o crescimento urbano, a industrialização, a criação de uma burguesia nas grandes cidades,GAIJIN, CAMINHOS DA LIBERDADE, de TizukaYamasaki, sobre a imigração japonesa para o Brasil e as péssimas condições de trabalho aqui impostas a esses trabalhadores. A luta dos trabalhadores migrantes por manter sua identidade no belíssimo O HOMEM QUE VIROU SUCO, de João Batista de Andrade, a luta pela terra, pela reforma agrária em UMA QUESTAO DE TERRA, de Manfredo Caldas e a saga dos candangos, imigrantes operários, em sua maioria nordestinos na construção de Brasília em CONTERRANEOS VELHOS DE GUERRA de Vladimir Carvalho.

 

Dia 1º - 19h

ELES NÃO USAM BLACK-TIE (BR/SP, 1981 – 121’ – ficção – digital).

Direção: Leon Hirszman. Elenco: Fernanda Montenegro, Gianfrancesco Guarnieri, Carlos Alberto Riccelli.

O filme debruça-se sobre os conflitos, contradições e anseios da classe trabalhadora no final dos anos 1970, na crise final da ditadura militar. Tião, jovem operário, namora Maria, colega de fábrica. Quando toma conhecimento de que ela está grávida, resolve marcar o casamento. Mas as dificuldades financeiras do casal são imensas. Nisso eclode uma greve. Otávio, pai de Tião, líder sindical veterano, adere à greve mesmo contrariado com a decisão da categoria, que lhe parece precipitada. Participando dos piquetes em frente à fábrica, entra em choque com a polícia, é espancado e preso. O filho, indiferente ao drama do pai e dos colegas, fura a greve. Individualista, credita à militância do pai a miséria em que sempre viveram. O conflito então explode no interior da família.

Classificação 14 anos

 

Dia 02 – 19h

SÃO PAULO SOCIEDADE ANÔNIMA (BR/SP, 1965 – 107’ – ficção – digital). Direção: Luiz Sergio Person. Elenco: Walmor Chagas, Darlene Glória, Eva Vilma.

Grande painel sobre o impacto das transformações sociais e econômicas na cidade de São Paulo provocadas pelo surto da implantação da indústria automobilística no Brasil, sob a ótica de um indivíduo em ascensão. Após casar-se, ter amantes e progredir socialmente, unindo-se a um empresário do setor automobilístico, ele entra em crise e tenta abandonar sua carreira e sua vida conjugal.

Classificação 12 anos

 

Dia 03 – 19h

GAIJIN – CAMINHOS DA LIBERDADE (BR, 1980 – 104’ – ficção – 35mm). Direção: Tizuka Yamasaki. Elenco: José Dumont, Antonio Fagundes, Sadi Cabral.

O filme mostra a história dos imigrantes japoneses que chegaram ao Brasil no início do século 20. Uma garota japonesa vem para o Brasil em busca de uma vida melhor e passa a trabalhar numa plantação de café. Tristemente, a moça percebe que os homens são tão exploradores na América do Sul quanto no Japão.

Classificação 14 anos

 

Dia 04 – 19h

CONTERRÂNEOS VELHOS DE GUERRA (BR/DF, 1990 – 168’ – documentário – digital). Direção: Vladimir Carvalho

Os primeiros tempos de Brasília, ainda na construção, em 1959. Os canteiros de obras se espalham por toda parte e os trabalhadores, chamados de candangos, afluem de vários pontos do país, especialmente do Nordeste. As péssimas condições de trabalho provocaram uma chacina que vitimou grande número de operários. A memória deste e de outros episódios chega aos nossos dias pelo testemunho daqueles que viveram a experiência da construção da capital brasileira.

Classificação livre

 

Dia 05 – 19h

UMA QUESTÃO DE TERRA (BR/DF, 1988 – 80’ – documentário – digital). Direção: Manfredo Caldas.

A partir do assassinato da líder camponesa Margarida Maria Alves, o filme analisa os vários níveis de violência no campo. Dando voz aos trabalhadores rurais, questiona-se, de maneira contundente, o problema fundiário no país, especificamente no Estado da Paraíba. O documentário culmina com os três dias de votação da reforma agrária na Assembléia Nacional Constituinte de 1988.

Classificação livre

  

Dia 06 – 19h

O HOMEM QUE VIROU SUCO (BR/SP, 1979 – 97’ – 97’ – ficção - digital). Direção: João Batista de Andrade. Elenco: José Dumont, Célia Maracajá, Ruth Escobar.

A história segue Deraldo, um poeta popular nordestino recém chegado a São Paulo, onde tenta sobreviver de sua poesia e folhetos. Confundido com o operário de uma multinacional que mata o patrão, é perseguido pela polícia e perde sua identidade e condição de cidadão. Através de Deraldo, o filme acompanha o caminho do trabalhador migrante numa cidade grande: a construção civil, os serviços domésticos e subempregos sujeitos à violência e à humilhação. E segue a luta de Deraldo para reconquistar sua liberdade e preservar sua identidade.

Classificação 16 anos

 

Dia 07 – 19h

ABC BRASIL (BR/SP, 1981 – 18’ – documentário – digital). Direção e roteiro: Sérgio Péo, José Carlos Asbeg e Luiz Arnaldo Campos.

Documentário sobre a retomada do movimento operário, liderado pelos metalúrgicos do ABC Paulista, que culminou na criação do Partido dos Trabalhadores (PT). Recebeu o prêmio de Melhor Filme no Festival de Cinema de Niterói, em 1982.

 

GREVE! (BR/SP, 1979 – 37’ – documentário – digital). Direção e roteiro: João Batista de Andrade.

Os acontecimentos principais da greve dos metalúrgicos do ABC, liderada por Lula em março de 1979, são narrados ao mesmo tempo em que se procura contextualizá-los no momento político brasileiro. Depoimentos de operários militantes revelam as razões objetivas que os conduziram a esse movimento sólido e transformador.

 

GREVE DE MARÇO (BR/SP, 1979 – 35’ – documentário – digital). Direção e roteiro: Renato Tapajós.

O documentário aborda a primeira fase da greve dos metalúrgicos do ABC, em 1979. Foi realizado para ser exibido aos operários durante a trégua entre as duas fases da greve, com o objetivo de mobilizá-los para a segunda fase. O filme mostra as grandes assembleias, com mais de 100 mil metalúrgicos, no campo de Vila Euclides, em São Bernardo do Campo; a mobilização em vigília no Sindicato; os conflitos de rua decorrentes e a volta triunfal da diretoria, encabeçada por Lula, na grande assembleia em que a trégua é proposta.

Classificação livre

 

Cinemateca

Rua Carlos Cavalcanti, 1174, São Francisco

Horário de funcionamento: segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às 22h30. Sábados e domingos, das 14h30 às 22h30.
Informações: (41) 3321-3252


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