Disciplina - Cinema

Filmes & Educação

27/12/2013

Produtores comentam recorde de estreias no cinema brasileiro em 2013

Este foi o ano em que o cinema brasileiro bateu recorde de estreias, com mais de 120 filmes. O fato é inédito nos últimos 30 anos, segundo balanço divulgado pela Agência Nacional do Cinema (Ancine). Desde 1986, os lançamentos nacionais nos cinemas não chegavam aos três dígitos. Dos dez longas brasileiros mais vistos em 2013, sete são comédias.

"Quem está dando essa resposta é o público brasileiro, que realmente está interessado nesse tipo de filme. As comédias têm atingido níveis incríveis de qualidade técnica e artística, de roteiro e histórias. Estamos passando por um período maravilhoso, repetindo o que já tivemos aqui, de grandes artistas comediantes como Mazzaropi, Oscarito, Grande Otelo", compara o produtor Fabiano Gullane, de filmes como "Até que a sorte nos separe 2" e "Uma história de amor e fúria".

Para Paulo Boccato, produtor da Glaz Cinema (de "Odeio o dia dos namorados" e "Minhocas"), esse aumento da produção "é reflexo da ampliação das possibilidades de financiamento, com o Fundo Setorial do Audiovisual e o constante crescimento da Riofilme". Boccato diz que produtores já entenderam a importância que distribuidores comprometidos com os filmes brasileiros têm para o crescimento do mercado.
A comédia ajudou a alavancar a participação do filme nacional no market share do país de 10,62%, em 2012, para 18,3% este ano. Gullane afirma que "ninguém está preso" ao estilo. "Todas as produtoras que conhecemos, além de comédias, fazem filmes de outros gêneros, alguns focados no mercado internacional, outros em festivais. A diversidade tem sido a marca da produção". Em 2013, houve expansão das salas de exibição. O crescimento foi de 8%, indo de 1.817 para 2.730 salas no país. Ricardo Szperling, diretor de programação da Cinemark, atesta que os filmes nacionais estão cada vez mais fortes. "E ano que vem não será diferente. Temos diversos títulos com forte previsão de demanda, alguns deles já no mês de janeiro". Entre as estreias estão "Confissões de adolescente", de Daniel Filho, para 10 de janeiro, e "Muita calma nessa hora 2", de Felipe Joffily, para o dia 17.

Receita para o sucesso em 2014
Apesar do otimismo, os produtores brasileiros ainda insistem que precisa haver mais investimento na produção audiovisual. "Temos que resolver entraves burocráticos. A Ancine lida com um setor em que o fator tempo é fundamental, mas a máquina pública é complicada, não lida com a mesma urgência. Se até a FIFA já se conforma com atrasos na organização da Copa do Mundo, você vê o tamanho do desafio que o cinema brasileiro vive", exemplifica Boccato. "Temos que descontaminar as políticas públicas do raciocínio de subsídio e implantar cada vez mais a mentalidade de investimento. É um investimento que o governo faz para que a indústria cresça, não uma 'ajuda' para que sobreviva".

Gullane acredita que a única coisa que fará a indústria do cinema brasileiro se manter é o investimento contínuo em equipe. "É importante continuar investindo na parceria do cinema com a televisão, com iniciativas da Globo Filmes, Telecine, HBO e outras emissoras. E estar sempre atento a dois pontos: a conexão com o público, que não podemos nunca mais perder; e a partir daí, ampliar o alcance do tipo de filme que o público está assistindo. Essa seria uma receita que toda a indústria precisaria seguir para os próximos anos", indica Gullane.

Veja a lista com os dez maiores sucessos brasileiros de bilheteria (dados acumulados de 4 de janeiro a 5 de dezembro de 2013, segundo Ancine):

1º "Minha mãe é uma peça" - R$ 49.533.218 de renda e 4.600.145 espectadores
2º "Meu passado me condena" - R$ 32.893.019 de renda e 2.953.113 espectadores
3º "Vai que dá certo" - R$ 28.990.666 de renda e 2.729.340 espectadores
4º "Somos tão jovens" - R$ 18.253.649 de renda e 1.715.763 espectadores
5º "Faroeste caboclo" - R$ 15.559.965 de renda e 1.469.743 espectadores
6º "O concurso" - R$ 14.125.214 de renda e 1.320.102 espectadores
7º "Mato sem cachorro" - R$ 11.586.425 de renda e 1.134.551 espectadores
8º "O tempo e o vento" - R$ 7.719.893 de renda e 711.267 espectadores
9º "Crô: O filme" - R$ 7.056.892 de renda e 641.967 espectadores
10º "Cine Holliúdy" - R$ 4.980.954 de renda e 481.203 espectadores



Notícia retirada do site G1. Todas as informações nela contidas são de responsabilidade do autor.
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